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13-07-2005

Sinal dos Tempos


Crónica da América

O Mundo Ocidental acaba de ser abalado por mais um acto terrorista.Desta vez, foi escolhida pelos fanáticos do Islão a cidade de Londres e o seu sistema de locomoção.

Dezenas de mortos, centenas de feridos,altos prejuízos materiais, foram o resultado deste assalto terrorista. Planeado por Bin Laden e as suas gentes ? Tudo indica que sim. A Inglaterra, que até agora tinha escapado, incólume, à ameaça do terrorismo, acaba de enfileirar ao lado dos Estados Unidos e da Espanha.

O ataque ocorreu na altura em que os Oito Grandes se encontravam reunidos na Escócia, planeando o futuro económico do mundo. E talvez tenha sido planeado como um aviso aos grandes do Ocidente, de que a crença religiosa, quando elevada aos paroxismos do fanatismo, é uma força com que terão de contar, nos seus planos de congregação mundial, económica e política.

Algo parece estar errado, neste contexto das relações entre os mundos Cristão e Islâmico.E a razão não será apenas de carácter religioso, mas também político, nacionalístico e económico.

Nesta guerra surda entre os dois mundos, os contendores continuam a não chegar à fala. Preferem continuar a odiar-se. Será este um regresso moderno ao tempo das Cruzadas? Pelo menos, o termo já foi usado pelo presidente Bush, e o Islão sentiu a vergastada e recordou o tempo de lutas antigas, mas não esquecidas. E à fé da tradição veio, nas últimas décadas, juntar-se a busca do ouro negro sob as areias islâmicas do Oriente Médio, base do progresso e avanço do Mundo Ocidental. E tudo isto, cozinhado a fogo lento, deve estar na base da “mística” terrorista e do ódio do Mundo Islâmico, contra o Mundo Cristão. E, no meio deste panorama politico-religioso-económico, basta, às vezes, apenas a voz de um homem, eivado de “misticismo religioso” ou ambição política, para virar o mundo do avesso.

A era do terrorismo suicida veio colocar o mundo sob uma nova luz.Nunca antes foi possível a tão poucos, fazer tanto, nos domínios da guerra e da destruição. No tempo das Cruzadas, era a coragem individual, a lança, a espada e o número de soldados, que marcavam a sorte da guerra. Como se acaba de ver em Londres, apenas meia dúzia de terroristas, puderam paralizar uma das maiores e mais ricas cidades do mundo.

As armas sofisticadas, os submarinos, aviões e bombas inteligentes, pouco ou nada podem contra meia dúzia de indivíduos presos duma conviccão messiânica, e com um colete de explosivos vestido, ou, simplesmente munidos de um telefone celular, para fazer rebentar as cargas explosivas.

Esta é a nova e perigosa realidade dos tempos que atravessamos. E, provavelmente, não é com guerras como a do Iraque, que vamos combater e derrotar o terrorismo, embora o nosso Presidente disso esteja convencido. Parece-me que, para vencer o terrorismo, será preciso saber o que pensa um indivíduo, pronto a sacrificar a vida ao serviço de uma ideia, uma razão, um motivo, mais importante do que a sua própria vida. E terroristas deste calibre não faltam no Iraque. Eles estão chegando às dúzias, de todo mundo.

No tempo de Sadam Hussein,o único terrorista no Iraque, era ele próprio. Com a guerra do George Bush, originamos a criação de centenas ou milhares de terroristas. Actualmente, é difícil recrutar soldados nos Estados Unidos. Mas os terroristas do Iraque, parece não terem dificuldade em recrutar gente para morrer. Eles vão lá ter, voluntariamente. Que ódio impenetrável os impele contra os Estados Unidos ?

Nesta situação de impasse, o que há a fazer ? As opiniões dividem-se, como é natural. O presidente Bush continua convencido de que é possível derrotar o terrorismo pela força das armas e dos soldados, que vão caindo diariamente, uns mortos, outros estropiados para o resto da vida. No entanto, na história militar dos Estados Unidos, há já um exemplo que não pode ser esquecido. O do Vietname. Os argumentos de então, em favor da guerra, eram os mesmos de hoje. Os chamados gaviões da direita, incitavam à guerra. As chamas “pombas” do centro esquerda, propunham a retirada de um país onde nunca devíamos ter entrado. E, em vez de retirarmos honrosamente, enquanto era tempo, acabamos por ser batidos vergonhosamente. Será o mesmo que o sr. Bush pretende fazer no Iraque?

Felizmente, as vozes em favor da retirada gradual estão-se já fazendo ouvir. Falando há dias no Bristol Community College, em Fall River,o congressista federal James McGovern, propôs a retirada imediata de 30 mil soldados, e os restantes em doses graduais. E o congressista, que, há meses atrás, seria taxado de cobarde e traidor, agora já não é, sinal de que a opinião pública americana está adoptando uma atitude cada vez mais pragmática, mais realista.

E nós, fomos dos primeiros a lançar a ideia. Recordam-se ?

Manuel Calado*
*Jornalista


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